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Comitê se organiza contra projetos de megamineração no RS

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Foto: Giulia Cassol/Sul21

Mais de uma centena de projetos de mineração estão sendo traçados pelas grandes mineradoras para o Rio Grande do Sul (RS), tornando o estado um dos grandes focos da expansão da megamineração no Brasil. Para resistir à investida extrativista, que pode trazer graves danos socioambientais à região, foi lançando, em junho, o Comitê de Combate à Megamineração no RS, composto de cerca de 50 entidades, entre elas a ADUFPel-SSind.


Há pelo menos 150 projetos de mineração para o RS. Quatro deles estão em fase de licenciamento. O da Mina Guaíba, traçado pela empresa Copelmi, pretende consolidar na região o maior empreendimento de extração de carvão a céu aberto do mundo. Os danos à qualidade do ar e da água, tanto para Guaíba como para Porto Alegre, Eldorado do Sul e Charqueadas, municípios alcançados pela mina, têm sido ressaltados pelas comunidades locais e pelo Comitê. 


Outras propostas de mineração são as da região de Caçapava do Sul, onde as empresas Nexa e Iamgod pretendem extrair metais pesados; a de Lavras do Sul, com a mineração de fosfato; e a da região de São José do Norte, onde também há a pretensão de extração de metais pesados pela Rio Grande Mineração. Em relação a esse último projeto, no dia 10 de maio foi sancionada uma lei que inclui no plano diretor do município a proibição de atividades mineradoras, garantindo uma conquista para o movimento popular que, desde que a proposta foi anunciada, em 2017, vinha alertando os potenciais danos para a agricultura e a pesca, atividades desenvolvidas por comunidades tradicionais na região.



Consequências da megamineração

As consequências decorrentes da megamineração são múltiplas. Além do impacto ambiental, os projetos geralmente trazem a expulsão de comunidades dos seus territórios, ou a inviabilidade da manutenção de atividades de sustento, trazendo um dano social. No caso da Mina Guaíba, a Copelmi pretende se instalar em uma área de mais quatro mil hectares. Cerca de 72 famílias de assentados vivem na região e são responsáveis por um dos maiores centros de produção de arroz orgânico da América Latina. Além do arroz, outros cultivos orgânicos são cultivados e comercializados nas feiras locais, o que seria inviabilizado pela contaminação da água e dos solos. 


Já em Caçapava do Sul, a extração de chumbo, zinco e cobre está prevista para ser realizada a 800 metros do Rio Camaquã. A contaminação por metais pesados devastaria as atividades agropecuárias, que são a base de sustento das população da região. Além disso, a área é a mais preservada do Bioma Pampa no RS, com espécies que só existem ali, e abriga um sítio de alta relevância geológica, integrando o patrimônio Geológico Brasileiro. 


Em Lavras do Sul, a mineração de fosfato tem como propósito extrair o mineral para a produção de defensivos agrícolas e fertilizantes. A inalação da poeira do fosfato, cuja extração seria a céu aberto, de imediato, pode causar irritação no sistema respiratório. Conforme dados levantados pelo Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, para o processamento do minério, uma barragem de rejeitos seria instalada, numa área equivalente 278 estádios de futebol. No caso de rompimento, haveria danos a toda Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria. Outro potencial risco refere-se ao fato de que elevados níveis de radioatividade são encontrados em áreas de mineração, produção e de transporte de fertilizantes fosfatados, o que pode trazer danos à saúde tanto dos trabalhadores como da população local. 



ADUFPel-SSind integra o Comitê

No dia 25 de junho, a ADUFPel-SSind passou a integrar o Comitê de Combate à Megamineração no RS, assinando também o manifesto das entidades, que pontua “os impactos negativos na vida de indígenas, quilombolas, pescadores, assentados, pequenos agricultores, e moradores do campo e da cidade” dos projetos de mineração. 


“A direção da ADUFPel vê com preocupação com o avanço das empresas mineradoras no estado do Rio Grande do Sul. Vemos que isso se liga ao cenário nacional, na esfera federal, à toda uma estrutura perversa montada nas ações do Ministério do Meio Ambiente. Gostaríamos de frisar que degradar o meio ambiente é degradar a própria vida humana”, afirma o diretor da Seção Sindical Robinson Pinheiro. 


Resistência

Pela forma como os projetos estão sendo encaminhados, com ausência de debate com às comunidades locais e negligência ao potencial devastador da atividade minerária, diversas entidades se mobilizam para resistir à megamineração. Na segunda (5) haverá uma plenária aberta do Comitê contra a Megamineração no RS. A reunião será em Porto Alegre (RS), às 18h30, no Sindicato dos Bancários. 


A luta contra os projetos de megamineração avança no estado, ganhando as ruas e mostrando que a sociedade gaúcha não quer ver o Rio Grande transformado em uma mina a céu aberto. É hora de ampliarmos nossa mobilização e para isso chamamos todas as entidades, movimentos sociais e ativistas que dizem sim à vida e não à destruição para vir debater e organizar as próximas ações do Comitê de Combate à Megamineração RS”, reforça o Comitê, no chamado à plenária.


Assessoria ADUFPel

*com informações de Sul21


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