Nas duas últimas reuniões, realizadas nos dias 4 e 11 de agosto, o Conselho de Representantes (CR) da ADUFPel debateu as implicações de um novo Calendário Alternativo na UFPel, as incertezas que rondam a comunidade acadêmica e meios de garantir o papel da universidade pública, gratuita e de qualidade diante do cenário atual. 

Segundo o coordenador do CR, Renato Waldemarin, apesar de ainda não ter sido divulgado pela instituição, foi sinalizado pela Reitoria um novo Calendário Alternativo, já que o atual, aprovado no dia 22 de maio, prevê aulas remotas para graduação e para pós-graduação até 12 de setembro. Além disso, uma Portaria suspendeu as aulas presenciais até 31 de dezembro. 

De acordo com o professor, alguns pontos geram inseguranças aos docentes, como a possibilidade de um exame em janeiro de 2021 e os problemas que serão ocasionados ao conteúdo didático caso haja separação de teoria e prática. 

“A princípio, nenhuma atividade presencial aconteceria, mas prevê-se uma divisão. Por exemplo, as disciplinas teórico-práticas poderiam passar a ministrar só os seus módulos teóricos, o que nos deixa a pergunta: qual é o teor desse exame em janeiro se só só metade da disciplina foi realizada? Qual o sentido de se fazer um exame?”, questiona. 

Apesar de serem informações ainda extraoficiais e superficiais, já que a proposta não foi formalmente apresentada pela gestão, o professor ressalta que há muitas incertezas e indagações, as quais também surgiram em relação ao Calendário anterior. “Na percepção do CR, aquelas questões todas levantadas naquele documento da primeira proposta do Calendário Alternativo permanecem”, ressalta. 

Conforme aponta, a comunidade universitária enfrenta uma série de dificuldades que não foram solucionadas em relação à oferta de disciplinas, à qualidade do ensino remoto, ao acesso, entre outras. “Há uma deficiência muito grande na avaliação daquele primeiro Calendário, para saber o que precisa ser melhorado. Há uma visão de que dessa vez, pelo menos, a Reitoria se propôs a ouvir a comunidade, o que é louvável, mas também há uma pressão para serem ofertadas disciplinas e uma imposição muito maior”, comenta. 

CR defende que Reitoria apresente soluções

Outro ponto abordado nas reuniões refere-se às responsabilidades e exigências que têm sido impostas aos colegiados e departamentos sobre questões consideradas problemáticas. “A Reitoria está evitando e empurrando para os colegiados a discussão dos problemas, falando para fazerem a maior parte de créditos que consigam. Isso não só aprofunda problemas, como deixa de fazer o debate que deveria estar sendo realizado neste momento”, destaca Waldemarin.  

De acordo com o Conselho de Representantes, é necessária uma organização da administração da Universidade para que assuma os meios e métodos a fim de propor uma solução. E, o que deveria estar sendo pautado, agora, é a reestruturação do Calendário 2021 para dar início a um processo de readequação das turmas sem prejuízos para os estudantes. 

O CR defende um debate mais amplo, que envolva um número maior de docentes. Para isso, foi proposta a realização de uma nova Assembleia Geral Virtual da ADUFPel, que ocorrerá na próxima semana e será divulgada em breve. 

Assessoria ADUFPel