ADUFPEL - Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas

Logo e Menu de Navegação

Andes Sindicato Nacional
A- A+

Notícia

Docentes debatem aposentadoria em evento promovido pelo GTSSA da ADUFPel-SSind

Docentes ativos e aposentados da UFPel reuniram-se na tarde de ontem (21), na ADUFPel-SSind, para debater aposentadoria. Promovida pelo Grupo de Trabalho sobre Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) da ADUFPel-SSind, a “Chocolatada e aposentadoria” contou com a presença dos professores Gihad Mohamad (SEDUFSM) e Raimundo Tostes (APUFPR), que abordaram temas relacionados ao Funpresp e sobre a velhice no cinema e na literatura.


Armadilhas e perdas relativas ao Funpresp

O professor Gihad Mohamad, diretor da Sedufsm, falou sobre as armadilhas do Funpresp - artifício de retirada de benefícios dos servidores públicos - e de que forma esse modelo afeta a futura aposentadoria desses trabalhadores. Ainda, apresentou uma simulação do seu caso e esclareceu dúvidas. Ao comparar o modelo atual - Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) – com o Funpresp, destacou algumas perdas, que incluem problemas futuros no pagamento das aposentadorias.


Em relação ao cálculo de benefício especial - equivalente à diferença entre a média aritmética simples das maiores remunerações anteriores à mudança de Regime - Mohamad explicou que há um erro. Nas simulações, o benefício especial, pago pelo órgão competente da União, por ocasião de concessão de aposentadoria, é calculado considerando a expectativa de vida do homem, de 22 anos, e a da mulher, de 28 anos. No entanto, esse cálculo leva em conta a idade do dependente, apesar de não estar claro no momento da adesão. Dessa forma, Mohamad exemplificou que se um homem de 50 anos casa com uma mulher de 30, essa diferença de 20 anos é paga no dia da aposentadoria, levando em conta a expectativa de vida da mulher para a pensão que será dada a ela. “Isso não pode gerar déficit. Então, eles reduzem o valor em função do cálculo do dependente. Tem sempre essa variável que não é clara no processo de adesão”.  


Outra questão que deve ser pensada, segundo Mohamad, é de onde o governo irá tirar o dinheiro para pagar o benefício especial. “Ninguém sabe. Ele [governo] vai ter que ter uma regra de transição. Ele vai ter que tirar esse dinheiro da previdência para capitalizar, para quando chegar na minha aposentadoria ter como pagar esse dinheiro. Isso o governo não mostra de onde saí. As pessoas vão se aposentar e querer ter o direito de receber o benefício especial”, disse.


Para o professor, a adesão não é vantajosa, o que é visto da mesma forma por alguns especialistas. Mohamad salientou, ainda, que do montante total de contribuições ao longo da vida, apenas 70% é recebido pelo trabalhador. “Então, a expectativa de se aposentar bem, para quem aderiu a esse modelo, não existe mais”. Existem apenas duas opções para o servidor: perder dinheiro ou manter-se ativo por mais tempo. Para que o servidor tenha as mesmas condições salariais que se tem hoje, no atual Regime, o servidor teria que postergar a sua aposentadoria.


Mohamad relembrou, também, o trabalho do ANDES-SN contra o Funpresp, que fez com que o índice de adesão diminuísse significativamente. “Em termos de servidores, os professores federais foram os que menos aderiram ao sistema e grande parte graças a pressão que o próprio ANDES exerceu elaborando a cartilha e mostrando o quanto de perda o professor teria em sua aposentadoria futura”, afirmou.


Velhice no cinema e literatura

Após o intervalo para a degustação da chocolatada, o diretor da APUFPR, Raimundo Tostes, palestrou sobre as diferentes formas como a velhice é vista no cinema e na literatura, sob as perspectivas economicista, social, cultural, biológica, entre outras.


Ao analisar e indicar algumas peças cinematográficas e literárias, Tostes destacou que a velhice é múltipla e plural. Ainda, criticou a forma como o idoso é visto do ponto de vista economicista, que pauta a nossa vida. “A dimensão da vida não é econômica. (...) A velhice não cabe em uma dimensão. Não é apenas biológica, cultural, econômica. Ela é tudo isso e muito mais”.



Assessoria ADUFPel


Fotos: Assessoria ADUFPel

Veja Também

  • relacionada

    Docentes da UFPel e do IFSul-CaVG deflagram greve a partir de 15 de abril

  • relacionada

    Por que fazer greve?

  • relacionada

    Mulheres recebem 19,4% a menos que homens, aponta o primeiro relatório de igualdade salari...

  • relacionada

    Após 6 anos e dez dias, PF prende suspeitos de mandar matar Marielle Franco

  • relacionada

    Nota das Diretorias do ANDES-SN e do Sinasefe em apoio à greve da Fasubra

  • relacionada

    Setor das Federais aponta greve docente a partir de 15 de abril

Newsletter

Deixe seu e-mail e receba novidades.