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Em Dia de Luta, pelotenses pedem a revogação do

Nesta quarta-feira (15), aconteceu em todo Brasil o primeiro Dia Nacional de Luta, convocado pelas entidades do movimento estudantil e sindical, com o objetivo de chamar a atenção da população e debater a revogação do “Novo” Ensino Médio. Em Pelotas, representantes da ADUFPel, ASUFPel, Sinasefe, SIMP, CPERS, DCE da UFPel, Grêmio estudantil do Colégio Pelotense e outros movimentos populares estiveram presentes no centro da cidade pela manhã, fazendo falas, distribuindo panfletos informativos e conversando com a comunidade.


O ato teve a intenção de pressionar o governo federal para reverter o modelo de ensino, que é considerado um grande retrocesso na aprendizagem de crianças e jovens, precarizando ainda mais a educação no país. A chamada “reforma” do Ensino Médio preocupa educadores/as, pois apresenta diversas problemáticas, sua continuidade pode significar uma maior dificuldade de estudantes de escolas públicas em acessar a universidade. 


O modelo, que opera numa perspectiva de formação por itinerários, retirou do currículo disciplinas importantes para a formação do senso crítico, fragilizando o sistema educacional, por seu caráter excludente, alienante e precário. 


Luta em Pelotas

Uma das instituições afetadas na cidade, é o Colégio Pelotense, único municipal a ter Ensino Médio, que atravessa, neste momento, a intensificação da precarização do ensino e das práticas docentes. 


Conforme salientou a coordenadora pedagógica Ana Lúcia, o Pelotense possui, em sua formação, uma força política de grande relevância, sendo responsável por formar inúmeras lideranças. Em 2016, o movimento estudantil demonstrou essa determinação durante o movimento de ocupação contrário à reforma do Ensino Médio. 


“Se a gente tivesse ouvido os estudantes naquela época, talvez não estivesse aqui hoje. Os estudantes mostraram sua força, deram a sua cara a tapa, fecharam as escolas. Então, não vamos esquecer que já tem uma luta construída. Vamos retomar essa luta, nos fortalecer e revogar essa reforma que não nos contempla. Nos itinerários, há 18 e 19 disciplinas no turno da manhã, tornando inviável qualquer tipo de aprendizagem. Os estudantes têm um pouquinho de cada coisa e profundamente nada”, criticou. 


A diretora da escola, Maria Graciane Pereira de Pereira, acrescentou que a comunidade enfrenta também uma outra luta atualmente: a tentativa de remoção do Ensino Médio. Diante disso, reforçou: “Nós queremos continuar com o Ensino Médio e com essa mesma qualidade, e para manter essa qualidade nós temos que revogar essa medida que está aí. Dessa forma, não podemos ficar e deixar continuar”. 


Lívia Silveira, estudante do Pelotense, ressaltou que os e as estudantes estão em luta para ter um futuro. “A gente está aqui para lutar por um Ensino Médio em que a gente tenha aulas de Ciência, que a gente saiba o que é uma vacina, não ser uma população alienada, para ser doutor, para poder sonhar e saber que a gente vai ter as mesmas oportunidades”. 


Relação com a universidade

De que forma o “Novo” Ensino Médio se relaciona com a Universidade Federal de Pelotas e suas consequências à formação acadêmica foram enfatizados pelo primeiro vice-presidente da ADUFPel, Luiz Henrique Schuch. 


Ele citou que a comunidade universitária precisa compreender que, mesmo tratando-se de uma reforma de um grau de ensino que não é compreendido como terceiro grau, ela tem total vínculo com o ensino universitário.


“Analisando um pouco mais profundamente essa proposta, nós vemos, por exemplo, que não haverá mais sentido em manter o curso de licenciatura na universidade. O conjunto da formação acadêmica deixará de ter sentido na relação com os outros graus de ensino”. 


Ainda, avaliou que outro componente importante nesse processo é identificar que o avanço dessa concepção degradante do Ensino Médio excluirá as grandes massas da juventude da universidade.


A exclusão do acesso foi também frisada pela secretária geral da ADUFPel, Celeste Pereira. Segundo ela, isso acontece em todos os níveis de ensino: básico, fundamental, médio e superior. “As pessoas pobres, pretas, cada vez mais têm dificuldade de acessar uma escola pública de qualidade. Com isso, elas não conseguirão ingressar na universidade, não conseguirão empregos mais qualificados com salários melhores. Enquanto isso, os grandes empresários da educação vão comendo mais esse bolo e ganhando dinheiro”. 


Ato em Brasília

A ADUFPel também esteve representada no ato nacional realizado em Brasília (DF), durante a manhã desta quarta-feira. A primeira secretária da ADUFPel, Elaine Neves, participou da marcha que percorreu a Esplanada, desde o Museu da República até o Ministério da Educação (MEC).


Acesse o álbum de fotos aqui.


Assessoria ADUFPel 

Fotos: Assessoria ADUFPel e ANDES-SN


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