Servidores apostam na unidade para enfrentar a Reforma da Previdência
Servidores
públicos federais apostam na unidade para enfrentar a contrarreforma da
Previdência do presidente Jair Bolsonaro. Reunidos em Brasília, representantes
do funcionalismo público federal, de diferentes regiões do país, fecharam um
compromisso de, juntos, buscar alianças com outros setores da sociedade
contrários à retirada de direitos.
Docentes
das instituições de ensino superior e o ANDES-SN participaram da reunião, no
domingo (17), em Brasília. Ao menos 350 servidores, representando 13 entidades
sindicais nacionais e dezenas de sindicatos estaduais, compareceram. As três
centrais sindicais que estiveram presentes - CUT, CSP-Conlutas e CTB -
defenderam a luta conjunta para preservar o direito à aposentadoria da classe
trabalhadora.
“O
encontro demonstrou que o funcionalismo público federal está começando a se
mobilizar para resistir aos ataques do governo”, avalia Fernando Lacerda, 2º
vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN.
Presente
na reunião, Fernando pontua a importância do número de participantes. Ele
destaca a definição da luta contra a reforma da previdência como uma pauta
prioritária dos servidores públicos federais.
Defesa da unidade
Por consenso, as entidades presentes
definiram que a luta pela manutenção dos direitos previdenciários é o principal
desafio em pauta. A reunião foi convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais
dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), do qual o ANDES-SN participa. O
encontro aconteceu no final de semana anterior à data anunciada pelo governo
para o envio da proposta de alterações no sistema previdenciário ao Congresso
Nacional.
A
palavra 'unidade' permeou discursos e não apenas no que se refere à campanha
focada no combate à PEC da Previdência. Em muitos momentos, foi alçada à
condição de inadiável e indispensável para a sobrevivência da categoria e a
manutenção dos direitos trabalhistas, sociais e das liberdades democráticas.
“Foi
um dos pontos mais enfatizados. Esse é o elemento central no momento. Com a
gravidade dos ataques anunciados em diferentes frentes e com o processo de
criminalização dos movimentos sociais, somente a unidade da classe trabalhadora
e das entidades pode garantir que direitos não sejam retirados”, afirma Lacerda.
Ao
final do encontro, foi aprovado um documento que relaciona os eixos centrais da
campanha conjunta do funcionalismo e um calendário inicial de mobilização. O
texto estabelece como eixos centrais da mobilização, associados à questão
previdenciária: a defesa da revogação da reforma trabalhista, da lei das
terceirizações e da Emenda Constitucional 95, que estrangula o orçamento
destinado aos serviços públicos e às políticas sociais. O texto também defende
a luta contra a privatização, o desmonte dos serviços públicos e em defesa das
liberdades democráticas. “São decisões que unificam a pauta Fonasefe em torno
de iniciativas que o 38º Congresso do ANDES-SN também aprovou”, reforça o
docente.
Calendário
O calendário de mobilização e atividades
aprovado prevê a participação no Fórum Sindical, Popular e das Juventudes de
Luta por Direitos e Liberdades Democráticas, que será lançado no dia 19 de
fevereiro, às 19h, na sede do sindicato dos profissionais da educação em São
Paulo (Apeoesp).
Reafirma ainda a ida à Assembleia
Nacional da Classe Trabalhadora, convocada por oito centrais sindicais para 20
de fevereiro, também na capital paulista. É nesse dia que o governo pretende
enviar a proposta de emenda constitucional da Previdência ao Legislativo.
No calendário preliminar da campanha,
consta a participação nas mobilizações do Dia Internacional das Mulheres, em 8
de março. Também está na agenda a participação nos atos de 14 de março. Esses
atos lutarão contra a criminalização dos movimentos e dos lutadores sociais e
serão em memória de um ano de assassinato de Marielle e Anderson.
No dia 20 de março, haverá o lançamento
da campanha salarial unificada do funcionalismo. Na mesma data, a da frente
parlamentar mista em defesa da Previdência Social será lançada no Congresso
Nacional.
Também integra o calendário o Dia
Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, previsto para 28 de março, data
que marca os 51 anos do assassinato do estudante Edson Luís pela ditadura
militar. O possível julgamento da data-base dos servidores, prevista para 12 de
junho, completa a agenda.
O calendário dos servidores deverá
abraçar as datas de atos e protestos que venham a ser costuradas pelas centrais
sindicais, para uma luta que, como advertiram alguns servidores, é urgente,
decisiva e está só recomeçando.
Com informações da ADUFF. Edição e
adição de conteúdo ANDES-SN