Mobilizados contra a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na nomeação do terceiro colocado como reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), os estudantes ocupam, desde as 21h de quinta-feira (5), o prédio da reitoria. 

A ocupação, iniciada logo após um ato pacífico, foi batizada de “Ocupação Alph”, em homenagem a um estudante da Universidade morto em fevereiro, cujas causas são desconhecidas. 

Durante o protesto, os discentes chegaram até mesmo a se acorrentar nas portas de acesso ao local. Ele afirmam que só irão sair quando a nomeação de Valdiney Veloso Gouveia for revogada. 

Mesmo sob reprovação da comunidade acadêmica, o professor Valdiney Veloso adiantou que não irá renunciar e disse que o processo “encerra-se com a nomeação do presidente”. Além disso, evitou comentar o fato de não ter tido nenhum voto do Conselho Pleno da instituição.

Interventor não atingiu 5% dos votos 

Valdiney Veloso Gouveia, terceiro colocado na Consulta à comunidade acadêmica, foi nomeado na quarta-feira (4). A sua chapa teve uma votação inexpressiva, não passando de 5% dos votos totais, perdendo em todos os segmentos: docente, técnicos administrativo e estudantes. Além disso, obteve um total de zero voto no Conselho Universitário (Consuni), e só entrou na lista Tríplice por conta de uma liminar. 

Terezinha e Mônica, da Chapa 2 – “Inovação com Inclusão”, venceram a consulta com 964.518 votos (soma total ponderada e normalizada). O segundo lugar Isac/Regina Célia obteve 920.013 votos (soma total ponderada e normalizada), restando os 106.496 para a chapa Valdiney/Liana.

Fernando Cunha, presidente do Sindicato dos Professores da UFPB (ADUFPB - Seção Sindical do ANDES-SN) afirma que este é mais um ataque do governo à democracia: “Este é mais um ataque à Universidade, à democracia e à autonomia universitária, demonstrando, claramente, que esse governo não tem nenhuma responsabilidade com a coisa pública, com a legitimidade dos processos democráticos. Ele demonstra claramente que é inimigo da Educação”, destaca Fernando.

Para o docente, o governo Bolsonaro não tem proposta educacional. “Como ele disse na campanha ‘é destruição de tudo isso aí’, que é a privatização do ensino público no Brasil, ampliar o caráter ideológico no campo da direita, da narrativa conservadora, a-científica e negacionista, e seguir o processo de desmonte da Educação. Então essas nomeações de Reitores é para implementar o Future-se, para todo o tipo de negociatas e interesses privados dentro da instituição”.

“A ADUFPel se solidariza com o movimento de resistência na UFPB e reafirma a necessidade da manutenção do princípio constitucional da autonomia universitária. Defendemos sempre que Reitor eleito seja nomeado e que seja respeitada a decisão da comunidade acadêmica”, aponta a presidente da Seção Sindical, Celeste Pereira. 

Assessoria ADUFPel com informações de PB Agora

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