MEC intervém na escolha de reitores do IFSC e do IFRN
Desde o início do governo Bolsonaro o ataque à autonomia universitária tem sido uma prática corriqueira, seja na tentativa de interferir na autonomia pedagógica ou desrespeito às consultas para escolha de reitores das Instituições de Ensino Superior.
Inúmeros casos de desrespeito à decisão das instituições, como a nomeação do segundo ou terceiro da lista tríplice das Instituições Federais de Ensino Superior, intervenção em Institutos e CEFET via reitores/diretores gerais pró-tempores, sinalizam que esse governo, além de outras inúmeras medidas e ações, é inimigo da democracia.
Os mais novos ataques se efetivaram no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC). Em mais uma atitude autoritária, que remete aos tempos nebulosos da ditadura empresarial-militar, o governo Bolsonaro, via Ministério da Educação (MEC), nomeou interventores que sequer participaram da consulta pública.
As eleições do IFRN, que aconteceram em dezembro de 2019, elegeram o professor José Arnóbio de Araújo Filho com 48,25% dos votos válidos. A posse aconteceria na segunda-feira (20). No entanto, o MEC nomeou, Josué Moreira, médico veterinário e professor do IFRN no campus Ipanguaçu. O docente também foi candidato à Prefeitura de Mossoró pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC) em 2016 e em 2018 se filiou ao Partido Social Liberal (PSL).
No IFSC, a designação de um reitor interventor ocorreu no mesmo dia em que o reitor eleito tomaria posse. A consulta acadêmica ocorreu também em dezembro do ano passado e, na ocasião, foi eleito Maurício Gariba Júnior com 36,29% dos votos válidos. Porém, o MEC decidiu nomear Lucas Dominguini, que até então ocupava o cargo de diretor do Instituto em Criciúma.
Posicionamento do ANDES-SN
O ANDES-SN considera a medida como grave, pois viola frontalmente a autonomia dos Institutos Federais e ataca os /as docentes, técnicos e discentes dessas instituições. Diante disso, presta total solidariedade à comunidade do IFRN e do IFSC. Da mesma forma, se solidariza com o Sinasefe e reafirma apoio às lutas em defesa da democracia nas Instituições de Ensino Superior e do ensino público e gratuito.
Fonte: ANDES-SN com edição e inclusão de informações de Assessoria ADUFPel