População de Pelotas volta às ruas contra os cortes na Educação e a Reforma da Previdência
A chuva não impediu que milhares de pessoas fossem às ruas ontem (30), em Pelotas, lutar pela Educação e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, da Reforma da Previdência. A data, convocada pelos estudantes, ficou marcada como o segundo Dia Nacional de Lutas em Defesa da Educação Pública e teve a adesão de docentes e técnico-administrativos, além de apoiadores da causa. Docentes da UFPel e do IFSul-CaVG aderiram à mobilização e paralisaram as atividades. A decisão foi tomada em Assembleia Geral da categoria, realizada terça-feira (28).
Assim como no ato do dia 15 de maio, milhares de pessoas lotaram o largo do Mercado Central durante a tarde e saíram em caminhada pelo centro da cidade contra os sucessivos cortes orçamentários e a Reforma da Previdência. Os protestos também buscam fortalecer o chamado para a Greve Geral do dia 14 de junho.
O protesto foi marcado por falas de estudantes, vereadores e representantes de movimentos sociais e sindicais, entre eles o vice-presidente da ADUFPel-SSind, Renato Waldemarin. O reitor da UFPel-SSind, Pedro Hallal, e diretor-geral do campus Pelotas, Carlos Corrêa, também se manifestaram.
Educação é patrimônio, afirma diretor da ADUFPel-SSind
O vice-presidente da ADUFPel, avaliou que “não é surpresa nenhuma que um governo que se elegeu na base da mentira e que tem propostas todas elas baseadas em mentira tenha como um dos seus projetos o fim da Educação de qualidade, que é um patrimônio que esse país conseguiu construir a duras penas”. Para o diretor, a Educação é um patrimônio do país e que precisa ser mantida para as gerações futuras e que não é surpresa que mercadologicamente a Educação, assim como a Saúde, são vistas com grande interesse pelo capital.
Waldemarin ainda relembrou que em 2019 a Seção Sindical completa 40 anos e que durante a recapitulação da memória da entidade percebeu que “estamos aqui hoje porque essa luta foi travada por outros que como nós estiveram no passado nas ruas para que pudéssemos estar aqui hoje. Nós temos uma dívida com as gerações futuras para manter os nossos patrimônios, nossos direitos e a nossa soberania frente ao governo”.
Reitor da UFPel desaprova atitude do MEC
O reitor da UFPel, além de ressaltar a importância da Universidade para o município, criticou o Ministério da Educação (MEC), que proibiu as instituições de ensino a incentivar movimentos político-partidários e a promover a participação de alunos em manifestações, em nota divulgada no site nesta quinta-feira (30).
ANDES-SN repudia declarações de ministro
Na quarta-feira (29), o ministro da Educação publicou um vídeo afirmando que o MEC estaria recebendo denúncias sobre práticas de coação de professores contra alunos. Sem apresentar nenhum caso concreto, afirmou que professores e funcionários estariam estimulando a participação de alunos nos protestos.
Em nota, o presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves Filho, repudiou “as declarações do ministro da Educação, pois entende que elas são uma afronta à liberdade de ensinar e aprender, estruturantes do ensino público”. Para Antonio, “são declarações que demonstram o equivocado raciocínio do governo de que os/as estudantes seriam incapazes de pensar de forma independente”.
Rumo à Greve Geral
A população irá retornar às ruas no dia 14 de maio. A Greve Geral, chamada pelas centrais sindicais, irá unir trabalhadores, trabalhadoras e estudantes em defesa a defesa do direito à aposentadoria e contra a redução de verbas para a Educação.
Assessoria ADUFPel
Fotos: Assessoria ADUFPel