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Entidades sindicais debatem educação e pandemia em live

As entidades sindicais da educação de Pelotas realizaram, na noite de terça-feira (4), mais uma live no Facebook. O debate teve como tema “A pandemia e a educação que sofremos". Participaram Sabrina Winkel Ferreira (estudante de ensino médio); Rosimeri Teixeira Zuschimitten (CPERS); Rubem Argiles (SINTAE).


O mediador foi João Hirdes (ASUFPEL), que, antes de iniciar o debate, leu o manifesto em defesa da educação pública e de qualidade divulgado pelo movimento UniPelotas (Comunidade Escolar em Luta da Rede Municipal de Ensino).


O primeiro a falar foi Rubem Argiles. Em sua intervenção, o representante do SINTAE lembrou que as plataformas eletrônicas que estão sendo usadas no ensino remoto, seja público ou privado, são controladas por grandes grupos econômicos e que há interesses mercantilistas no processo. 


Para ele, corre-se o risco de, no futuro próximo haver a instalação de um projeto de Ensino à Distância (EAD) massivo. Um projeto de educação barata, com poucos profissionais e bastante excludente, que pressupõe menos escolas, menos conhecimento e menos professores. Para Rubem, o ensino remoto é inacessível a grande parte da população, que não tem o devido acesso à internet e aos equipamentos necessários.


“Ninguém é menos importante. Isso aprofunda a precarização da educação e o abismo social”, criticou. Quanto à pandemia de Covid-19, Rubem lembrou que o auxílio emergencial e outras medidas do governo, como a ajuda aos pequenos empresários, são insuficientes para superar a crise, e que não há sequer um Ministério da Saúde funcionando no país. 


Na educação a situação não é diferente. Segundo Rubem Argiles, as escolas privadas locais não reduziram mensalidade e diminuíram salários dos seus trabalhadores, e mesmo assim estão em dificuldades financeiras. Já as escolas infantis estão quebrando, sem receber matrículas e se ter como pagar o aluguel de seus prédios. “As linhas de crédito para pequenas empresas nunca chegaram”, criticou. 


Rubem Argiles concluiu citando que o trabalho à distância, sem preparação, treinamento e concessão dos meios necessários, tem gerado fadiga e maior pressão de produtividade no trabalho. “Não vejo como o ensino remoto pode ser pedagógico, como poder construir cidadãos”, encerrou. 


Estudante conta as dificuldades do ensino remoto

Em seguida, falou Sabrina Ferreira, estudante da Escola Técnica Estadual de Canguçu. Para ela, a situação não é fácil, já que a tecnologia para as aulas e atividades remotas é avançada e nem todos sabem usar, principalmente os professores. 


Segundo Sabrina, em sua escola poucos estudantes têm acesso à internet boa, já que há muitos que moram no interior e têm dificuldades de se conectar. “Os professores tentam nos ensinar, mas na hora de desenvolver as atividades não estão do nosso lado ajudando”, disse. 


Para a estudante, até todos os professores aprenderem a usar as ferramentas, vai demorar. Ela citou, também, que os pais não podem ajudar no processo pedagógico o tempo todo, e os alunos acabam tendo que se virar sozinhos na maior parte do tempo. Outro problema levantado foi que nem todos conseguem pegar as atividades na escola, já que muitos estudantes só iam pra cidade com o transporte escolar.


“A pandemia não está sendo fácil. Às vezes a gente está quieto, com tristeza, e lembra das atividades da escola que temos pra fazer. Não tem motivação”, concluiu Sabrina. 


Professores estaduais já estavam adoecidos antes da pandemia

A última a falar foi Rosimeri Teixeira Zuschimitten, do CPERS. Ela lembrou que o sofrimento coletivo gerado pela pandemia de Covid-19 é ainda mais avassalador para os trabalhadores da educação estadual, que estão há mais de 5 anos sem reposição, com salário parcelado e atrasado.


“Se hoje estamos adoecendo, nossa categoria já vinha adoecida. Temos que comprar nosso salário todo mês, as contas não esperam. E, diante do que já era catastrófico, vem a Covid”, disse. Rosimeri contou que o governo estadual preferiu investir numa plataforma de ensino remoto e depois fazer a formação dos professores para usá-la e, ainda assim, a cada dia a categoria é mais cobrada.


“Os trabalhadores da educação estão frustrados porque estão se esforçando, mas o governo sequer ofereceu internet para os professores e para os alunos”, afirmou. A representante do CPERS também conta que as orientações do governo mudam a cada semana, mas a cobrança só aumenta. 


“Estamos trabalhando mais, enjaulados em nossa casa, e vendo que nosso esforço não está sendo validado”, critica. Rosimeri lembra que, em muitas casas, há apenas um celular para a família inteira e que os estudantes não podem usá-lo o tempo todo para as atividades remotas, entre outros problemas. 


Outras lives

Clique aqui para saber como foi a primeira live das entidades, aqui para a acessar a segunda e aqui para a terceira.


Assessoria ADUFPel

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