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Pela paralisação de calendário acadêmico, estudantes em greve ocupam reitoria da UFPel

Os estudantes da UFPel, que deflagram greve ontem (20), em assembleia realizada na praça da Faculdade de Direito, ocuparam a reitoria da instituição para garantir a paralisação do calendário acadêmico. Na manhã de hoje, no ato em que protocolaram o pedido, solicitaram a convocação de uma reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cocepe) para avaliar o requerimento. Até que os conselheiros se reunam, conforme decisão da assembleia discente, permanecem no gabinete do reitor, como forma de mobilização para que a solicitação seja atendida.

 

Greve estudantil

A greve dos estudantes da UFPel foi votada na assembleia ontem, cujo quórum superou 600 membros da comunidade discente. A principal reivindicação é retirada de pauta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que congela os investimentos públicos e o salário mínimo por 20 anos. Orçamento para saúde e educação, bem como o reajuste do salário mínimo, só poderão ser reajustados de acordo com a inflação, o que deve gerar a degradação destes serviços.

Além da contrariedade à PEC 241, que também é motivo da greve dos servidores Técnico-Administrativos em Educação (TAE), os estudantes constroem o movimento em apoio à ocupação dos institutos federais, incluindo o IFSul. Estas ocupações deram-se também devido à PEC 241 e à reforma do ensino médio, que exclui a obrigatoriedade de disciplinas como educação física, sociologia e artes do ensino médio. Outro ponto de pauta é a falência da UFPel, que vem sendo anunciada pela Administração Superior da Universidade, cujas declarações apontam para os escassos orçamentos que estão sendo destinados à instituição. De acordo com a reitoria da UFPel, o Ministério da Educação (MEC) deve aproximadamente R$ 34 bilhões para a Universidade, dívida que pode inviabilizar o funcionamento das atividades até o fim do ano.

“A gente tem muitas lutas a fazer na UFPel. Principalmente essa que é sobre o risco de falência. Também os estudantes estão se mobilizando bastante por conta da PEC 241, que está vindo com tudo e tem muita chance de prejudicar os estudantes e também tudo que envolve a comunidade, como o hospital, a questão da saúde e da educação principalmente. Nós estamos entrando nessa greve porque achamos que é um modo de pressionar para que vejam que a gente quer resposta e não vamos deixar isso acontecer”, afirma a estudante do curso de Ciências Biológicas, Ísis Paglia. A estudante, que veio de São Paulo, utiliza o auxílio alimentação e ressalta que os auxílios são fundamentais para aqueles que vêm de fora, que muitas vezes só têm como se manter recebendo assistência.

 

Posição da UFPel

O reitor Mauro Del Pino declarou-se favorável ao movimento de greve dos estudantes, bem como à mobilização dos TAE. Em relação à PEC 241, pontuou que “esse congelamento impede que o sistema de ensino superior brasileiro venha a funcionar como funciona hoje”. O reitor também pontuou que a UFPel carece de fortes investimentos.

A reunião do Cocepe, segundo a vice-reitora, Denise Gigante, será convocada. De acordo com o regimento, deve obedecer ao prazo de 48 horas para que aconteça. Nesse tempo, os estudantes permanecem no gabinete do reitor. Hoje pela tarde, a categoria discente realiza nova assembleia para decidir os rumos do movimento.

 

Posição da ADUFPel-SSind

A Diretoria da ADUFPel-SSind expressa apoio à ocupação e à greve dos estudantes da UFPel, assim como à greve dos TAE, às ocupações do IFSul e ao movimento dos servidores do IFSul. Em decorrência das medidas que retiram direitos dos trabalhadores, como a PEC 241, o PLC 54, o Projeto Escola Sem Partido e a recente aprovação da reforma do ensino médio, reforçamos que, neste momento, o movimento unificado dos trabalhadores e estudantes seguirá firme e fortalecido.

 

Atividades do Comando Local de Mobilização

As atividades programadas pelo Comando Local de Mobilização, para esta sexta-feira (21), continuam. Hoje pela manhã, aconteceram duas reuniões para debater a PEC 241, ambas no Instituto de Física e Matemática, nos Campi Capão do Leão e Anglo. Durante a tarde, o advogado e professor Paulo Eduardo Dias Taddei participou de um debate na Faculdade de Educação (FAE) com a comunidade, também sobre a PEC 241. Logo após, às 16h, a professora da educação básica, Mônica Borba, conversou com servidores e estudantes sobre o Projeto Escola Sem Partido, a chamada Lei da Mordaça.

Ainda hoje, às 17h, professores e estudantes do Curso de Dança farão uma performance no Mercado Público. Em seguida, irão caminhar até o IFSul. Às 19h, o debate na FAE continuará, o tema será “Políticas Públicas”. Às 20h, ocorrerá um debate do “Buteco da Filosofia” em frente à UCPel. Amanhã, servidores participarão de uma mateada com os estudantes do IFSul, a partir das 14h.

 

Assessoria ADUFPel

Foto: Assessoria ADUFPel

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